O psiquiatra e a bailarina

(publicado originalmente em Instagram)

A Bailarina de Auschwitz foi um livro que eu demorei para engatar. Não pela sua qualidade – ele é riquíssimo e muito bem escrito. Mas pelo fato de não se tratar de uma história fácil.  Nele, a autora conta sua vivência angustiante como sobrevivente do holocausto durante a ocupação nazista, e como aquele ano que passou como prisioneira afetou o resto de sua vida. Capturada pelos alemães aos dezesseis anos junto com toda a sua família na calada da noite, a autora conseguiu escapar dessa barbárie com vida, mesmo que por um fio. Graduou-se em psicologia e hoje, ajuda pacientes com traumas físicos e emocionais. É um livro sobre trauma, luto e superação, sem dúvida, mas acima de tudo é um livro sobre escolhas.

O nome original do livro é The Choice (A Escolha, em tradução livre), o que na realidade define muito melhor a sua essência do que o título traduzido para o português.

Porque afinal de contas, este é um livro sobre escolhas. Sobre o poder de escolha, e como ele é a única centelha de liberdade que resta quando tiram tudo o que você tem – tudo mesmo: sua casa, suas roupas, sua liberdade, sua dignidade, seus entes amados. Mesmo quando tudo isso acontece, há algo que, ainda assim, fica: o poder de escolha. A forma como você vai escolher encarar os fatos e circunstâncias. No livro, a autora é pragmática ao afirmar: Você nem sempre pode controlar as circunstâncias, mas você pode controlar a sua reação a elas.

Isso me recorda de outro livro muito emocionante do professor e psiquiatra Viktor Frankl, o seu célebre Em Busca do Sentido. Frankl era um médico psiquiatra recém-casado quando foi capturado pelos nazistas. Em seu livro, relata trechos sobre os três anos que passou lá com um olhar clínico e analítico, conforme tenta captar a essência de humanidade que ainda existia ali.

A logoterapia é uma prática psicoterapêutica que se baseia intrinsecamente no sentido da existência humana e na busca da pessoa por esse sentido. Segundo as palavras do autor “A busca de sentido da vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano”.

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Pequenos Incêndios por Toda a Parte

(publicado originalmente em Super Ela)

Little Fires Everywhere é um caso raro.

Sempre digo que livros são melhores do que suas adaptações para as telas, mas confesso que neste caso específico, a série superou – e muito – o livro. Baseada no romance homônimo da autora Celeste Ng, os roteiristas conseguiram dar vida à tópicos ainda mais relevantes do que a obra literária, além de trazer atuações excelentes.

Elena, interpretada pela Reese Whiterspoon, se orgulha de ter tudo imaculadamente sob controle o tempo todo. É uma mãe devota, que vive sua vida perfeita, em sua casa grandiosa no bairro perfeito, com seu marido perfeito e seus quatro filhos perfeitos. Nada parece abalar a segurança e controle dessa protagonista forte e determinada em sua vida tranquila e milimetricamente planejada – a não ser os pequenos conflitos corriqueiros que trava com sua rebelde filha caçula, Izzy, que não se encaixa na perfeição da família e não suporta seguir os padrões impostos pela mãe e pela sociedade em que vive.

E é neste contexto que Mia Warren, uma artista pobre, negra e mãe solo da jovem Pearl, chega na cidade.

A saga começa quando Elena, penalizada com a situação da nova moradora do bairro, decide ajudá-la e acaba alugando um apartamento para ela, facilitando toda a burocracia e parte financeira do processo.

Neste primeiro contato entre as duas protagonistas já podemos perceber a destoante realidade financeira, ideológica e social de cada uma – e a conversa repleta de tensão entre elas. Elena sorridente e orgulhosa de cada detalhe da vida perfeita e politicamente correta que construiu – e Mia, afiada e instigante, desprezando cada um deles. Tudo nas entrelinhas, é claro.

A partir deste momento, as vidas dessas duas mulheres acabam se tornando intrinsecamente conectadas, e, pouco a pouco, segredos do passado começam a vir à tona e ser revelados.

Pearl, a filha adolescente de Mia se torna amiga de Moody, filho adolescente de Elena e começa a frequentar sua casa, tendo acesso a uma vida de privilégios e estabilidade que nunca teve. Enquanto isso, Izzy, a incompreendida caçula de Elena, se encanta pelo exótico estilo de vida de Mia: livre das amarras e convenções fúteis da sociedade, devotada à sua arte desafiadora e provocante.

A série extrapola nas questões raciais e de classes, mas os temas vão muito além disso. No segundo capítulo conhecemos Bebe Chow, uma jovem e solitária imigrante chinesa que está nos Estados Unidos ilegalmente. Mia acaba conseguindo um emprego de meio período como garçonete no mesmo restaurante que Bebe, e o laço entre as duas se fortalece quando esta revela um segredo sombrio sobre seu passado

A partir daí a história se desenrola para novos horizontes, com reviravoltas surpreendentes, trazendo novos personagens fortes e complexos em suas escolhas e histórias de vida. Nesse contexto, a maternidade é abordada sob diversos pontos de vista, trazendo indagações multifacetadas, duras e polêmicas como: há espaço no mundo para perdoar uma mãe desesperada que toma decisões desesperadas que prejudicam seus filhos?

Uma mãe biológica é mais ‘mãe’ do que uma mãe adotiva? O aborto é aceitável ou perdoável? Em quais circunstâncias?

O amor de uma mãe pelos seus filhos transcende tudo?

Mas acima de tudo, a série traz reflexões importantes sobre a difícil tarefa de pagar pelo preço de nossas próprias escolhas, evidenciando batalhas duras que refletem os conflitos de milhões de mulheres mundo afora e transcendem qualquer questão racial ou de classe.

Afinal, nada é tão preto no branco quanto parece: somos todos humanos, demasiadamente humanos, nos nossos erros, sonhos e intenções.

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Destaque especial para Reese Whiterspoon, a nossa eterna Elle Woods de Legalmente Loira, que está impecável em seu papel de matriarca controladora e politicamente correta da família. A trilha sonora também merece uma atenção especial – fãs dos anos noventa irão se deleitar ao som de Alanis Morissette, Mariah Carey e The Cardigans.

Fleabag, a série mais premiada do ano

Ela mora em Londres, tem trinta e poucos anos e acaba de perder uma pessoa especial. É solitária, muito espirituosa e, apesar de suas boas intenções, nem sempre age dentro dos conformes. Está a todo momento se metendo em encrencas astronômicas. Parece um enredo bem comum, né? Mas não se deixe enganar. Em Fleabag, seriado que levou quatro Emmys no ano passado e mais alguns prêmios neste ano, vamos conhecer essa protagonista muito espontânea, ousada e inteligente que, com sua mente inquieta e borbulhante, podia muito bem ser qualquer um de nós.

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Com franqueza inigualável, encontros inusitados e diálogos ao mesmo tempo simples e profundos, a série retrata a complexidade que é a existência humana. Acompanhamos de perto as relações conflituosas, os laços familiares intensos, a urgência da personagem em se sentir amada, tocada e bem quista. Tudo sempre com um toque de comédia e muito bom humor. É impossível não rir e se identificar com ela.

Adepta à auto sabotagem (quem sempre?), ela reage às situações cotidianas de maneira quase sempre autodestrutiva. Seja no trabalho, com a família, ou em seus encontros sociais e amorosos. Nós, espectadores, sofremos com ela enquanto testemunhamos, episódio após episódio, suas decisões que vão de péssimas a duvidosas de maneiras que nem precisaríamos de Freud para explicar.

O modo como ela transita pelos seus dias convertem-se em profundas reflexões sobre a vida, família, amor, solidão e sexualidade feminina – aliás, a série vai comprovar que apesar de estarmos em pleno século XXI, esta ainda é uma área muito mal explorada e repleta de tabus. Não há uma cena de nudez sequer durante as duas temporadas, porém a série toda é intensamente sexual. Aborda-se o tema com muita liberdade, mostrando todos os seus aspectos de forma visceral e sem rodeios.

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O que mais me marcou em Fleabag é a força e autenticidade da personagem em manter-se honesta consigo mesma neste mundo onde, numa angustiante busca eterna por aprovação e pertencimento, usamos máscaras o tempo todo. Escondemo-nos atrás de rixas políticas, falsos moralismos, relacionamentos dominadores, desculpas esfarrapadas, causas tidas como nobres… não por acreditarmos genuinamente, mas pela simples necessidade que temos de nos sentir parte de algo maior. Fleabag consegue ir direto ao ponto e nos mostrar isso com muita simplicidade, fazendo-nos questionar essas causas e valores às quais nos agarramos tão fervorosamente, e prova: nada é tão simples assim, e ninguém é exatamente o que parece.

Afinal, você é verdadeiro consigo mesmo? É difícil distinguir o que cada um é genuinamente daquilo que é anexado de fora. Como lidamos com a perda? Não me refiro apenas à mortes ou términos de relacionamento. Falo dessa sensação crônica e atual de estarmos sempre tentando nos reerguer, dia após dia, em tempos agitados onde tudo é muito intenso e acontece muito rápido, expectativas estão sempre altas, as quedas são sempre bruscas e as perdas, diárias – sejam grandes ou pequenas.

Num formato moderno e intimista, a série é bem curta: apenas duas temporadas, ambas com início, meio e fim, que vão direto ao ponto. Sem as típicas enrolações que fazem o espectador se sentir tapeado. Obrigada, Fleabag, por respeitar nossa inteligência e nosso tempo.

Estranha e Engraçada. *FLEABAG* | by Laize Ricarte | MediumFleabag é sobre errar e se aceitar nessa intrincada e estabanada jornada de vida. Ela veio para nos esfregar na cara algumas doloridas e necessárias verdades, para nos fazer questionar sobre como levamos nossos dias, como baseamos nossas escolhas, quais os nossos reais valores, mas, principalmente, para desmistificar essa ideia romantizada de clichês resolutórios de superação total. Nem tudo na vida tem solução, e tudo bem! Vida que segue. Difícil, né?

Mas não desanime: logo na abertura do primeiro episódio e durante toda a série, nossa protagonista deixa bem claro: esta é uma história de amor. Sugerindo que, talvez, como já diziam os poetas, o amor é o caminho e a solução para os males deste mundo. Será?

O Segredo da Dinamarca

(publicado originalmente no Dama de Copas)

Você já ouviu falar que a Dinamarca é o país mais feliz do mundo? Com sistema de saúde e educação impecável, bons salários e uma das mais altas expectativas de vida do planeta? No livro O Segredo da Dinamarca, Helen Russell investiga de forma descontraída e repleta de informação o por quê desse país ser considerado o mais feliz do mundo. 

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O livro conta sobre a mudança drástica na vida da autora quando seu marido recebe uma proposta irrecusável para trabalhar na fábrica da Lego, em Billund, Dinamarca. Ela, então, abandona seu emprego na revista Marie Claire e sua badalada vida em Londres pra ir viver num vilarejo “no meio do nada”, como ela chama, na nação mais feliz do mundo.
E como vivem as pessoas da nação mais feliz do mundo?? O que elas fazem de diferente para serem tão felizes? Hellen Russel discorre com muito bom humor e informação sobre esse país que passou a ser o seu lar. Apresenta alguns curiosos hábitos dos dinamarqueses, como por exemplo a obsessão eles por design, ou o fascinante conceito de “hygge” (uma palavra que não tem tradução, mas que significa algo como ‘ficar aconchegado’). 

Ela discorre sobre como funciona o sistema de saúde lá, de educação – tão superior ao que ela estava acostumada em Londres (e, consequentemente, totalmente diferente do que estamos acostumados no Brasil!), fala sobre o período de horário comercial ali (muito mais curto do que o que estamos acostumados.. esqueça o das 9 às 5!!), sobre as festas, os costumes, e o frio congelante de menos 20 graus.
A autora mergulhou numa vasta pesquisa sobre o país, alem de entrevistar diversas fontes. Um livro muito rico, repleto de informação e relatos pessoais.

Vale a leitura para quem gosta de se informar sobre outras culturas, ou para quem está procurando algo leve e ao mesmo tempo enriquecedor. Mas já aviso: vai dar vontade de viajar para conhecer.
Boa leitura!

Lolita

(Publicado em Damas de Copas) 

Santander é criticado por mostra contendo apologia a pedofilia. Garota toca homem nu em mostra do MAM. Tudo isso faz a pedofilia existente no nosso país parecer algo menos demoníaco, quase artístico (se é que isso é possível…)

Em meio a tantas notícias horrendas envolvendo o tema, decidi mergulhar na obra que trouxe o conceito à arte (se é que isso é possível – parte 2….) e trago um livro imprescindível e BASTANTE polêmico: Lolita, de Vladimir Nabokov.

O livro narra o amor obsessivo do professor europeu de meia idade Humbert Humbert, por Dolores Haze, mais conhecida como Lolita, uma garota de apenas doze anos de idade. Nojento? Muito. A menina nos é apresentada do ponto de vista do homem de meia idade, desnorteado e cego de amor. Para nós leitores, Lolita é apenas uma menina magricela, mal-educada e rebelde de doze anos. Mas aos olhos do protagonista, ela é endeusada.

Apesar do sexo estar no cerne da história, Lolita não é, de maneira alguma, um livro erótico.

Na verdade, o impacto psicológico que o desejo que o Humbert tem por Lolita é mais importante e perturbador do que a consumação desse desejo. O erotismo da narrativa é apenas um elemento para embasar a ironia e sarcasmo que estão presentes em toda a obra – como se o próprio autor estivesse caçoando do narrador.

Em muitos momentos da narrativa confesso que quase parei a leitura, tamanho asco da temática. Mas as descrições e o jeito de narrar a história de Nabokov, que mescla o estilo magnífico de seus antecessores russos com o moderno mundo americano, torna-a uma obra única.

Um livro que levou anos para ser publicado, e foi renegado por muitos países até se tornar o que é hoje um dos mais importantes romances do século XX. Apesar das ressalvas, recomendo muito.

A Vida de Leonardo da Vinci

(publicado originalmente em Dama de Copas)
A biografia do Leonardo da Vinci, escrito pelo historiador Walter Isaacson, autor de outras biografias renomadas como de Albert Einstein e Steve Jobs) está incrível!  Se você gosta de história, arte e – por quê não, romance – não tem como não curtir esse livro.
Neste volume incrível, Walter nos apresenta a fascinante história do menino que nasceu bastardo numa cidadezinha italiana do século XV e, sem ter nenhum acesso a uma educação de nível, se tornou um dos maiores gênios da história da arte. Na verdade, ser bastardo foi crucial para que ele tivesse a liberdade de seguir seu talento e tornar-se o mestre que se tornou.
O livro conta sobre sua infância na cidade toscana de Vinci – por isso, o conhecemos por Leo da Vinci hoje.
Iniciou sua carreira como um simples aprendiz e desde os primeiros dias chamava a atenção pelo seu perfeccionismo, sua paciência, sua capacidade de observação e talento. Ele não só pintava, mas também tinha interesse e talento descomunal pela área das ciências, arquitetura e urbanismo.
Nutria uma paixão por estudar o vôo dos pássaros, e assim projetou máquinas voadoras, roupas de mergulho e sistemas de drenagem. Além disso, projetou também pontes e cidades inteiras, e criou técnicas de construção válidas até os dias de hoje.
A obra traz detalhes sobre sua personalidade e seus relacionamentos, e ficamos sabendo também que Leo era seletivo com o tipo de trabalho que aceitaria fazer. Priorizava amigos ou pessoas próximas, e não gostava de receber ordens em demasia. Conseguia retratar detalhes da anatomia humana de forma única.
A última ceia, uma de suas obras mais importantes, que retrata os apóstolos na última reunião antes de Jesus ser crucificado – e está hoje disponível no Louvre, em Paris – é um exemplo de como ele misturava gema de ovo, óleos e cera de abelha para para conseguir chegar na técnica que vislumbrava para suas telas. Ele era incansável até conseguir atingir o nível de perfeição que queria.
O autor explica de forma quase poética como analisar um quadro, prestando atenção em detalhes como o estilo da pincelada ou na paleta de cores. Ele faz um apanhado riquíssimo sobre sua obra, traz muitas imagens e escreve de maneira leve, mas com MUITA informação e riqueza de detalhes sobre seus quadros e feitos. Tudo baseado nos cadernos que o próprio Leonardo deixou – e em outras biografias sobre ele.
Monalisa foi a pintura a qual mais se dedicou, no fim de sua vida. Ela foi encontrada ao seu lado, no leito de sua morte, e é uma das obras de arte mais célebres do planeta.
A vontade que fica é a de viajar para conhecer todas as suas obras de perto =)

A ilusão do tempo

Publicado no Dama de Copas, set/2018

Quanto vale o seu tempo? O que É o tempo? Da para lutar contra o tempo? Se você pudesse se fechar numa caixa, fugir dos seus problemas e só sair (do mesmo jeitinho que você entrou) quando os problemas passassem, você faria isso??

Conheça a pequena Vitória e seus pais. Eles vivem em um momento onde as coisas não vão nada bem e os economistas preveem uma grave crise econômica, o fim do mundo!! Para “resolver o problema”, as pessoas podem comprar caixas do tempo, se fecharem lá dentro, e só saírem quando a crise passasse. E é isso que a família de Vitória e todo o resto do mundo faz! Cada um entra em sua caixa e programa para que ela se abra quando dias melhores chegarem.

Mas, por algum motivo, a caixa de Vitória se abre antes da hora e ela vê que sua casa está completamente diferente: cercada por plantas e animais, foi consumida pelo tempo e apesar da menina chamar pelos pais e tentar abrir a caixa deles, nada acontece.

E assim ela conhece Marcos, um menininho tão perdido quanto ela, que a leva para onde estão outras crianças com o mesmo problema. Lá, cuidando dos pequenos, está Rosa, uma senhora que parece ser a única adulta que sobrou fora da caixa do tempo, e que diz ter encontrado um jeito de salvar o mundo e despertar a todos, mas para isso, vai precisar da ajuda das crianças e que elas escutem uma história.

E então, a partir do segundo capítulo, como em um conto de fadas, Rosa narra a história da Princesa de Pangeia, Obsidiana, e seu pai, o Rei Dimon, em sua luta para conquistar o mundo e o tempo.

Uma leitura surpreendente, A Ilusão do Tempo ganhou meu coração!! Livro delicioso, uma história de amor e amizade, que faz a gente pensar no que é importante na vida, no que fazemos com o nosso tempo, no que é tempo perdido e no que é tempo guardado. Recomendo muito.

A luz que perdemos

publicado em junho/2018 para Dama de Copas

Lucy e Gabe são estudantes da faculdade de Columbia, em Nova York, e se conhecem no fatídico dia 11 de setembro. Numa data que mudou a vida de todos para sempre, a deles não foi diferente. A partir desse dia, eles tomam para si a decisão de fazer a diferença no mundo. Ter uma vida que signifique algo.

Pouco tempo depois eles começam a namorar e relacionamento deles é muito apaixonado, forte e intenso. Mas existe um problema: Tanto Luce quanto Gabe tem sonhos que não combinam. Esses sonhos não podem se realizar juntos. Então eles precisam escolher: continuar o relacionamento ou se separar e seguir seus sonhos?

A história é narrada pela Lucy, como se ela tivesse contando essa história treze anos depois. E ela vai falando sobre as escolhas dos dois, e a vida que cada um foi levando. E a pergunta que paira no ar o tempo todo é: Será que eu teria sido mais feliz se eu tivesse feito outra escolha? Esse “Será que” permeia o livro todo. O amor não vivido, e não posto a prova. Como se sobrevive a ele?

A Luz que Perdemos é um livro sobre escolhas. Um livro sobre decisões a serem tomadas e das consequências que essas decisões trazem ao longo da vida. Um livro muito forte e com muito sentimento. A própria autora Jill Santopolo o escreveu depois de um rompimento conturbado, e dá para sentir exatamente o que ela estava sentindo.

Recomendo muito.

Paris para um

Publicado em Dama de Copas, maio/2017

Que tal um livro super gostoso de ler para as férias que estão chegando? Escrito pela Jojo Moyes, autora que já tem vários livros publicados aqui no Brasil e inclusive teve um dos seus livros transformados num sucesso de bilheteria, o Como Eu Era Antes de Você (já leram/assistiram né?!)

O “Paris para um” é um livro de contos, que traz dez histórias deliciosas sobre os mais variados temas do universo feminino, desde crises no casamento, questões financeiras, problemas fashionistas, dilemas de carreira, conflitos internos, passando por auto estima, maternidade, inseguranças, enfim… Gostei muito desse formato de contos, é raro achar livros de contos que sigam a linha “chick-lit” – literatura leve, bem humorada, voltada para mulheres que querem se divertir. São 10 contos, e você pode ler eles aleatoriamente.

A cada história somos apresentadas a uma nova protagonista, que é sempre uma mulher forte, independente, ousada, e muito muito real, e que está metida nas mais hilárias situações – que algumas vezes chegam a ser cômicas!! Por exemplo, imagina se, saindo da academia para ir trabalhar, você se dá conta que pegaram por engano a sua bolsa com a troca de roupa? Ou se você encontra um celular na rua, resolve dar aquela fuçada básica e encontra algo que não devia? Já pensou se na sua lua de mel você encontra ninguém menos que aquela ex do marido que acha que sabe tudo sobre ele??

A maioria dos contos são bem curtinhos, não chegam a 10 páginas, mas mesmo nesses textos rápidos a autora consegue fazer a gente entrar no universo da personagem e logo se ver completamente envolvida por ele.

Leitura leve, rápida e muito gostosa, ideal para ler depois de um dia cheio, no sofá, na cama, na sala de espera, na fila do supermercado, no trânsito voltando pra casa… Espero que gostem!

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